H. Z. Wendell

Em um mundo rico de informações e pobre de atenção, como manter o interesse da sua audiência?

Nas últimas décadas, a neurociência já provou que nosso cérebro não dá conta de processar todas as informações ao mesmo tempo e, durante a evolução, ele se tornou seletivo. Só entregamos nosso bem mais precioso – a nossa atenção – para aquilo que julgamos relevante. Relevante pra quê?

Para o nosso instinto de sobrevivência.

Informação é uma questão de estar preparado para algo iminente, que pode acontecer a qualquer momento. Não temos as mesmas dificuldades que nossos ancestrais, mas os instintos de sobrevivência se adaptaram. Eles ainda estão bem vivos entre nós.

Uma das características mais interessantes da espécie humana é sua capacidade de contar histórias. Para que contamos histórias? Elas, por muito tempo antes da invenção da escrita, foram o principal suporte de memória, nossa principal mídia para acumular e transmitir conhecimentos sobre caça, alimentação, clima, identidade comunitária. As experiências transmitidas por histórias alimentam o imaginário, preparam para o futuro e moldam comportamentos sociais.

Ouvimos histórias para aprender como sobreviver no mundo. O “story” está em nosso DNA, os mitos foram sua primeira manifestação cultural. O “telling” é uma referência à maneira como história é narrada, está diretamente ligado à linguagem. Pode ser literatura, cinema, teatro, jornalismo ou publicidade – a chama da história já nasceu com a audiência, basta alimentar essa chama e mantê-la viva e forte. Compare o storytelling a uma fogueira: o fogo é a história que nos acompanha desde os mitos e faz parte do nosso prazer instintivo de contar e ouvir histórias. A madeira é a forma como mantemos vivo esse fogo. Para isso temos diferentes materiais.

Em um mundo frio e obscuro de informações, torne-se relevante para seus consumidores. Com mais story e mais telling, isto é, sendo criativo, você pode manter consumidores iluminados, aquecidos e encantados ao redor da fogueira de sua marca.